sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Poltrona (ou 12º andar)

Outro tom.
Daqui os cinzas se confundem:
ora é céu ora é prédio.
Horas e horas nesse eterno topor...
de dia sem sol, outono de mentira,
domingo de janelas cerradas,
caras amarradas,
pois os sonhos não tinham goiabada!
Daqui os cinzas se tornam um;
um só escuro,
de noite sem lua,
(não dá para ver a rua),
domingo de janelas cerradas,
luzes apagadas, nenhum calor,
apesar do inesperado cheiro de sopa
que aquela antena parece capitar.

7 comentários:

Anônimo disse...

Bonito, hein?! Gostei mesmo, viu? Quando o assunto é literatura eu não minto nem para agradar.

mari celma disse...

Para Damasceno: Ô, mano! Firmeza então!

Paula Lice disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula Lice disse...

Os sonhos não tinham goiabada. Faz tempo que não leio uma coisa tão precisa. Posso voltar sempre?
Beijo grande!
(Paula - shhh!)

mari celma disse...

Ah Paula, volte sempre ou melhor: não vá embora nunca!

Anônimo disse...

Quem mora em sampa sabe o que é "12° andar. Vc é incrível Mari.

mari celma disse...

Márcia, desejo que vc esteja por aqui sempre!