sábado, 5 de julho de 2008

os moinhos

que são mesmo
esses meus pensares
cavalos de troia?
inimigos com escudos?
mas se os enfrento
seriam moinhos de vento?
que são mesmo
esses meus sonhares
desbotar de lembrança?
memoria insana?
mas se não os tenho
seriam como musas
dulcinéias camponesas?
que são mesmo
essas minhas leituras
derrota das fronteiras
entre o real e a cavalaria?
perda da razão?
mas se não as faço
seria eu completa?
seria?
ria sancho...ria!

terça-feira, 1 de julho de 2008

Soledad

Quando o vento
fez a camisa dançar
suspensa no varal
soube.
Perdeu o olhar
no tempo
teve certeza
de que
arrumaria a mesa
o quarto
para a ausência
presente
nos bordados
horta, chuvisco
também condenada
À asfixia da falta
de toda apagada
vazia...

Fragmentos de dia (06/05/2008)

A primeira parte
Fora esquecida
Na preguiça do vento
Que não comparecia
Deixando a tarde
perdida.
No topor sonâmbulo
das quinze horas
na languidez
da sesta
sobre a colcha
indiferente e branca.

Enfado (12/04/2008)

Caiu do invisível
hora falecida
morta pelo tédio
que se retém
no meu vagar
de estar à toa
de ser alheia
ao tempo
palpável,
sorrateiro.